Armênio Pereira / Valor Comunica, de Janaúba-MG.
Fotos: Reprodução de internet.
JANAÚBA – As pessoas não morrem de acidente de trânsito, elas são assassinadas por um monstro maldoso, preguiçoso, lento e comilão, denominado de GESTÃO PÚBLICA.
Não é o Estado Brasileiro e seus entes federados que assassinam as pessoas, esses são bons, tem potencialidades, são do povo, são factíveis de estruturas e, acreditem… tem jeito. Também não é a Administração Pública, esta é economicamente administrável, o modelo pode até ser carente de ajustes, mas é viável, já que o Estado é economicamente viável.
A falha está na Gestão, na pessoa do gestor. É o gestor quem empresta a sua personalidade, o seu saber, o seu caráter, a sua reputação para gerir a contribuição fiscal e o patrimônio comum, isto é, a coisa pública. Logo, os resultados da gestão pública são frutos do gestor público.
Neste caso, a sequência de acidentes nas rodovias norte mineiras tão questionadas, sobretudo nos últimos dias, é, sim, originária do monstro citado no início do primeiro trecho.
Não existe explicação para o extermínio de pessoas nas rodovias do norte de Minas e ponto final… ah, mas a ordem de serviço já foi dada – deveria ter sido dada antes de causar tantos prejuízos (pneus, rodas, balanceamento, eixos, latarias e outros equipamentos de veículos que por ofício da atividade tem necessariamente de circular, e são obrigados a encarar essas bagaceiras, denominadas de rodovias). Deveriam ter antevisto a humilhação e sofrimento que provocam aos condutores de cargas, condutores de automóveis e familiares (bebês, crianças, jovens, adultos e idosos) que acabam ficando na estrada por danos no veículo por conta de buracos na pista. Deveriam pensar no valor da vida antes de causar o mal maior, a morte de pessoas e danos físicos, às vezes irreversíveis. Não, não foi uma, duas, três, dez, pessoas, são centenas de mortes em período curto de tempo.
Nada, absolutamente nada justifica essa roleta russa que são as estradas norte mineiras.
Antes que alguém questione, as rodovias norte mineiras, aqui, compreendem as de responsabilidade da União, do estado e os trechos dos municípios. Ainda para sanar qualquer insatisfação contrária ao teor do conteúdo: acidente é inerente à vida, sim, mas em proporção extremamente menor (uma falha mecânica ou mesmo humana), no caso da alta incidência de mortes nas rodovias no norte de Minas a questão é a péssima gestão que compromete, sobremaneira a qualidade da malha.
Para completar, vou fazer um spoiler, sem medo de errar, olha só não se assuste e não se irrite, acredite, pois depois que as rodovias forem consertadas (recapeadas e ou duplicadas), muitos políticos vão fazer fotos vídeos, elogiosos e até se apropriarão do feito e não mais lembrarão dos prejuízos e sofrimentos causados à população.

