Foto arquivo pessoal: Fabiana e o filho Benício, sua motivação para se formar como Terapeuta Ocupacional.

Luiz Cabrine / Valor Comunica Mais

JANAÚBA – A Terapia Ocupacional emerge como uma profissão vital na promoção do bem-estar, incluindo a reabilitação e o tratamento de pessoas com alterações cognitivas, emocionais, perceptivas, sociais e psicomotoras. Seu principal objetivo é capacitar indivíduos a realizarem atividades básicas da vida diária, como comer, vestir-se e locomover-se, proporcionando um caminho para a autonomia e a independência.

O terapeuta ocupacional atua com base nas habilidades e limitações de cada pessoa, desenvolvendo estratégias personalizadas que visam facilitar a execução das atividades cotidianas.

Em essência, esta terapia é sobre “a ocupação da vida diária”. Para muitas pessoas com deficiências, essas ocupações podem se tornar desafiadoras, e é neste ponto que o suporte de um profissional da área se torna crucial.

A variedade de demandas nessa área é ampla. A terapia não apenas melhora a qualidade de vida de adultos que enfrentam dificuldades funcionais, mas também desempenha um papel essencial na prevenção e reabilitação de crianças com disfunções, síndromes ou déficits no desenvolvimento. A atuação dos terapeutas abrange aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais, criando um suporte holístico para o desenvolvimento infantil.

Amor de mãe

A esteticista, Fabiana Feitosa, acadêmica do 6º período de Terapia Ocupacional, compartilha seu amor de mãe e sua motivação pessoal para escolher essa carreira: “A paixão pela terapia ocupacional surgiu em minha vida através do diagnóstico do meu filho caçula, que foi diagnosticado com autismo desde bebê”, pontua.

A experiência pessoal de Fabiana reflete o apelo emocional da profissão, que não apenas transforma vidas, mas também é uma fonte de esperança para famílias.

Por isso, segundo ela, foi necessário, além das intervenções terapêuticas em clínicas especializadas, a sua dedicação como mãe nas técnicas de estimulações diárias em casa, dada a importância da continuidade dessas estimulações diárias no ambiente domiciliar para o melhor desenvolvimento e evolução da criança ou indivíduo. “Me dedicava de domingo a domingo com o desejo de ver o desenvolvimento do meu filho, e era visível seu avanço em todas as áreas, desde motoras, socialização, linguagem e cognitiva. Eu mesma produzia e criava os materiais e brinquedos, muitos deles com materiais recicláveis”, completa a mãe acadêmica.

Os terapeutas ocupacionais são fundamentais em espaços variados, como hospitais, APAEs, escolas e clínicas, onde implementam intervenções que ajudam os indivíduos a enfrentar desafios diários. Através de atividades que estimulam habilidades motoras, cognitivas e sociais, esses profissionais auxiliam na construção de um cotidiano mais adaptado e satisfatório.

Pilar de saúde e bem-estar

Com a crescente conscientização sobre a importância da inclusão e do suporte individualizado, a terapia ocupacional vem consolidando seu papel como um pilar indispensável na saúde e no bem-estar de diferentes populações. Assim, contribui não apenas para a reabilitação, mas também para a promoção de uma sociedade mais inclusiva, onde todos possam desfrutar de uma vida plena e ativa.

De acordo com a estudante Fabiana, a terapia ocupacional é indicada para pacientes de qualquer idade que precisem de reabilitação e estímulos para o seu melhor desempenho em atividades cotidianas.
Desde um bebê prematuro, com o trauma do estresse causado pelo tempo de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), que atrasam seu desenvolvimento, o terapeuta ocupacional entra intervindo na estimulação do recém nascido nas áreas motoras, cognitivas e sensoriais.

A T.O também auxilia crianças com síndromes, atrasos motores, hipersensibilidade tátil, indivíduos que sofrem AVC (Acidente vascular cerebral) ou amputação, até mesmo em idosos que buscam manter sua autonomia mesmo com a progressão do envelhecimento, até na prevenção do Alzheimer ou outras demências.

Ajuda ainda a estimular a utilização de disfunções cognitivas, favorecendo a independência e autonomia do paciente. Ainda atua na redução da irritação e alteração de comportamento do idoso e aumenta a segurança no ambiente doméstico.

Diferencial

O grande diferencial da terapia ocupacional é enxergar a atividade humana como um processo que depende intrinsecamente do lúdico e do criativo para acontecer, e a criatividade que nos impulsiona para a evolução, nos revela que, para cada invenção feita pelo homem, existiu um dia, um problema a ser sanado por ela.

O terapeuta trabalha de forma lúdica e criativa, de forma totalmente personalizada, ou seja, para necessidade de cada indivíduo e sua disponibilidade para o tratamento onde o mesmo deve ser agente atuante de sua própria reabilitação.

Para Fabiana, o terapeuta ocupacional (T.O) busca inserir-se na vida do indivíduo como um todo e, não somente leva em consideração suas condições e limitações. Neste aspecto, em processos terapêuticos infantis o profissional costuma criar laços com a criança e pensar nas atividades de acordo com sua personalidade e preferências, o que torna as sessões, momentos divertidos na rotina.

A terapia infantil trabalha tanto na prevenção quanto na reabilitação de crianças que possuem disfunções, síndromes ou deficiência no desenvolvimento. A atuação do terapeuta ocupacional contempla desde os aspectos motores até os cognitivos, afetivos e sociais.

“Hoje, graduando o 6° período do curso de terapia ocupacional e já atuando, não como terapeuta, ainda, mas como estimuladora de crianças autistas, percebo a relevância da profissão no cenário atual do mercado”, avalia Fabiana.

A acadêmica já aplica sua experiência como mãe, bem como os conhecimentos adquiridos até aqui com a graduação. Eles representam sentimentos de alegria e gratidão, para ela, já que, é clara a evolução de crianças e adultos a cada dia dentro do processo.

Reconhecimento e validação

O trabalho de Fabiana, como estimuladora, tem apresentado resultados de excelência, o que rende à profissional, o reconhecimento de pais que validam sua atuação como profissional. Isso demonstra eficiência na missão dela enquanto estimuladora de crianças e adultos.

Fabiana conhece muito bem os desafios, insegurança que cada família vive na pele, inclusive ela. “Eu quero e vou fazer a diferença na vida de cada um que passar por mim. Me comprometo a entregar o meu melhor sempre, pois foi a profissão de terapeuta ocupacional, que escolhi por amor”, afirma.

Fotos arquivos de família: Fabiana Feitosa.