Luiz Cabrine / Valor Comunica.
JANAÚBA – O campo norte-mineiro e a região Nordeste têm sido iluminados pela atuação e o conhecimento da engenheira agrônoma Verônica Godinho, uma jovem determinada, corajosa e talentosa que tem se destacado no setor do Agronegócio. Formada pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) Campus Janaúba, em 2019, a profissional já brilha em suas atividades, ao mesmo tempo em que se dedica à pesquisa.
Natural de Janaúba, Norte de Minas Gerais, Verônica teve uma forte conexão com a agricultura desde cedo. Crescendo em uma família de agricultores, aprendeu desde cedo os desafios e as recompensas de trabalhar no campo. Com o apoio de sua família e amigos, ela decidiu investir em sua educação e seguir carreira no Agro.
Reconhecimento
Durante entrevista a Valor Comunica, Verônica fez questão de destacar a orientação recebida do saudoso professor, Marcos Kondo, em sua graduação. Ela conta, que desde o 3° período foi influenciada por ele para fazer o mestrado, após a conclusão do curso, em 2019.
Após concluir a graduação, Verônica não parou por aí. Decidiu se especializar ainda mais, fez mestrado com ênfase em Manejo e Conservação de solos e água e atualmente cursa doutorado com ênfase em Irrigação e Drenagem (cultura do cacau).
Aprimoramento de produção
A jovem agrônoma Verônica Godinho vem explorando métodos inovadores e sustentáveis para aprimorar a produção de cacau, levando em consideração os desafios enfrentados pelos agricultores da região Norte de Minas, onde a cultura é experimentada mesmo não sendo uma tradição entre produtores, a exemplo da banana.
“O cacau é uma cultura que se adapta bem em terras do Sul da Bahia e em regiões com clima mais ameno, com temperaturas mais baixas. Então, trazer esta cultura para aqui, é meio que desbravar áreas com uma nova cultura. Estou estudando e a cada dia aprendo mais com uma nova descoberta”, aponta.
Verônica Godinho, um dos nomes importantes da nova geração de engenheiros do Agro, aproveitou a entrevista para ressaltar também a relevância do professor Victor Maia, em seu aprendizado.
Viabilidade econômica
No caso do cacau, segundo a agrônoma e estudante, sua pesquisa busca identificar novas práticas de manejo que maximizem a produção e minimizem os impactos ambientais, ao mesmo tempo em que garantem a viabilidade econômica da cultura para os agricultores.
História fascinante
Para Engenheira Agrônoma Verônica, por trás do cacau tem toda uma história, o que acaba sendo fascinante. “Estou bastante otimista, animada com os projetos que visam a expansão desta cultura na região Norte de Minas, o que é excelente, bom pra gente. É esse o intuito da pesquisa: poder levar mais conhecimento, melhoramento das culturas, da tecnologia para o campo, para o produtor. Nós, pesquisadores, vamos andar de mãos dadas com os produtores, pois nosso trabalho é de extrema importância e prazeroso para nós”, completa Godinho.
Liderança
Verônica se destaca em sua profissão, mas carrega consigo traços de uma líder e uma voz ativa na promoção da participação das mulheres no setor do agronegócio. Ela acredita que a presença feminina é fundamental para impulsionar a diversificação e a inovação no campo, além de contribuir para a sustentabilidade e a inclusão social no setor.
Projetos de extensão
Além de suas atividades acadêmicas e pesquisas, a engenheira disse ter atuado em projetos de assistência técnica e extensão rural. Cita como exemplo, a elaboração de um deles junto ao Banco do Brasil, em apoio a agricultores de dois assentamentos no município de Janaúba. Outros 12 projetos voltados também para pequenos agricultores beneficiários do Programa Nacional da Agricultura Familiar (PRONAF) também foram viabilizados.
“Todos estes projetos ganharam impulsos a partir do meu sonho de empreender, o que resultou na fundação da minha própria empresa que leva meu próprio nome: Verônica Godinho Agronomia Ltda, uma marca com foco na assistência técnica e extensão. Com isso, tive a oportunidade de conhecer várias comunidades rurais. Sempre gostei de ter contato com o pequeno produtor para quem entreguei uma porção do meu conhecimento. Foi uma experiência importante que adquiri para a vida toda”, pontua.
Desafios no Agro
A engenheira agrônoma Verônica ainda reconheceu os desafios que enfrentou no início da carreira por ser mulher, principalmente, como empreendedora. “No início, a minha mãe, que sempre me apoiou, era quem me acompanhava durante os deslocamentos até às propriedades para que eu não fosse sozinha. Sempre tive o apoio da minha família por quem eu sou muito grata”, relembra.
Cursando doutorado na área de irrigação e drenagem, Verônica enalteceu e agradeceu ao seu novo orientador, o professor Silvânio Santos, pelo seu profissionalismo, a quem se referiu como um grande mestre. “Por isso, só tenho a agradecer e crescer, por estar em uma área que só tende a se desenvolver e continuar a alimentar o mundo”, reconhece.
“Quando a gente chega ao campo e vê que aquilo que estudamos, que testamos em laboratórios e está dando certo mesmo diante das dificuldades, nada impede nós mulheres de estar no campo fazendo o que mais gostamos: que é manter contato com produtores e a natureza”, comemora.
“A engenharia agronômica é uma área que faz brilhar os olhos de orgulho, pois é através dela, dos produtores, da tecnologia, que contribuímos para que o alimento chegue à mesa de todos”, explica a engenheira.
Como uma jovem do Agro de Janaúba, Verônica Godinho não apenas brilha no campo norte-mineiro e na região do Nordeste, mas também ilumina o caminho para um agro mais inclusivo, sustentável e próspero. Seu trabalho e sua história são um verdadeiro exemplo a ser seguido por todas as mulheres que desejam ingressar e se destacar nesse setor vital para o país.





